Série: Superior
Atividade: Apontamentos de Livro
Infoproletários: degradação real do
trabalho virtual – Ricardo Antunes e Ruy Braga (Orgs.)
Capítulo 10: Trajetórias
profissionais e saberes escolares: o caso do telemarketing no Brasil - Isabel
Georges
Neste
capítulo, Isabel Georges ensaia questionamentos e dados sobre a relação de
saberes escolares e trajetórias profissionais, onde em alguns casos é
ascendente, descendente ou estável.
Achei
muito interessante as indagações levantadas no texto sobre as motivações e
razões de aprender das pessoas, a análise que se faz do desempenho escolar a
partir do rendimento no mercado de trabalho e a inserção social dos mesmos. A
maneira como a escolaridade discrimina os indivíduos, em termos sociais e
profissionais, é algo que me chama atenção.
A
sociedade global do conhecimento é referencia para contextualização do texto. E
com isso o termo saber é recorrente, e diante dos diferentes significados
deste, algumas perguntas surgem: Quais são os tipos de saberes? Inicialmente
comenta que ‘saber’ refere-se às vantagens competitivas, ‘saberes’ em termos
referenciais para fazer distinções técnicas. Quais as relações entre ‘saberes
escolares’ e ‘saberes profissionais’? O que é Know-how?
A
autora aprofunda a discussão na rotina de um call Center, uma das modalidades de organização do trabalho no
setor de telemarketing. A mobilidade presente na obra também nos remete à
termos discutidos em sala, como a ‘nova dinâmica de acumulação de capital’,
marcada pela ‘flexibilidade’ e ‘captura da subjetividade do trabalhador’.
Diante
da constatação do aumento dos níveis de escolarização no Brasil, quais seriam
as novas necessidades e demandas para esses saberes escolares, para formação de
cidadão plenos, para qualificações de mão de obra, para a elevação do nível
socioeconômico e diminuição das desigualdades?
A partir de dados a autora também comprova
a distinção de classe social, gênero, nível acadêmico e contexto familiar, e
traça diferentes perfis e tendências profissionais.
O valor da escola também é levantado
(p.221) na constituição de um capital de saberes. Ao mesmo tempo que favorece o
acesso ao emprego, algumas ocupações desvalorizam os saberes adquiridos.
Desta forma, reforço a importância do
saber escolar, não só em rendimentos para o mercado de trabalho, mas como
inserção e mobilidade social, em termo qualitativos para um país periférico
como o Brasil. Afinal, “ainda é verdade
que a promoção do ensino é um dos principais meios políticos preconizados para
reduzir desigualdades” (p.215).
Referência:
ANTUNES, R. e BRAGA, R. Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. São Paulo:
Boitempo, 2009.
Um comentário:
Excelente texto que nos faz refletir sobre essa relação saber escolar e saber profissional. Sem dúvida temos que contextualizar o conhecimento científico com nossa realidade.tanto o conhecimento acadêmico quanto o empírico são importante para construção de uma sociedade mais esclarecida.Se poder visita meu blog: O Saber Geográfico.
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