Camarada vai trabalhar numa obra, como ajudante de pedreiro.
Logo no primeiro dia, o mestre-de-obras chama a sua atenção:
— Ô, Vicente! Os outros serventes levam dez tijolos de cada vez! Por que você leva só cinco?
— Ah, o senhor sabe como tem gente folgada nesse mundo! Vai ver eles têm preguiça de fazer duas viagens.
Músicas e Poesias que abordam a cidade e seus personagens! Dica de material para quem trabalha com a Educação de Jovens e Adultos da Construção Civil!
Cidadão Composição: Lucio Barbosa
Tá vendo aquele edifício moço Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas prá ir, duas prá voltar Hoje depois dele pronto Olho prá cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado "Tu tá aí admirado? Ou tá querendo roubar?" Meu domingo tá perdido Vou prá casa entristecido Dá vontade de beber E prá aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Fiz a massa, pus cimento Ajudei a rebocar Minha filha inocente Vem prá mim toda contente "Pai vou me matricular" Mas me diz um cidadão: "Criança de pé no chão Aqui não pode estudar" Essa dor doeu mais forte Por que é que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava Mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço Onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo Enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também Lá foi que valeu a pena Tem quermesse, tem novena E o padre me deixa entrar Foi lá que Cristo me disse: "Rapaz deixe de tolice Não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio, fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asa E na maioria das casas Eu também não posso entrar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio, fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas E na maioria das casas Eu também não posso entrar"
Hié! Hié! Hié! Hié! Hié! Oh! Oh! Oh!
O Operário Em Construção Composição: Vinicius de Moraes
E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo: – Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. E Jesus, respondendo, disse-lhe: – Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. Lucas, cap. V, vs. 5-8.
Era ele que erguia casas Onde antes só havia chão. Como um pássaro sem asas Ele subia com as casas Que lhe brotavam da mão. Mas tudo desconhecia De sua grande missão: Não sabia, por exemplo Que a casa de um homem é um templo Um templo sem religião Como tampouco sabia Que a casa que ele fazia Sendo a sua liberdade Era a sua escravidão.
De fato, como podia Um operário em construção Compreender por que um tijolo Valia mais do que um pão? Tijolos ele empilhava Com pá, cimento e esquadria Quanto ao pão, ele o comia... Mas fosse comer tijolo! E assim o operário ia Com suor e com cimento Erguendo uma casa aqui Adiante um apartamento Além uma igreja, à frente Um quartel e uma prisão: Prisão de que sofreria Não fosse, eventualmente Um operário em construção.
Mas ele desconhecia Esse fato extraordinário: Que o operário faz a coisa E a coisa faz o operário. De forma que, certo dia À mesa, ao cortar o pão O operário foi tomado De uma súbita emoção Ao constatar assombrado Que tudo naquela mesa – Garrafa, prato, facão – Era ele quem os fazia Ele, um humilde operário, Um operário em construção. Olhou em torno: gamela Banco, enxerga, caldeirão Vidro, parede, janela Casa, cidade, nação! Tudo, tudo o que existia Era ele quem o fazia Ele, um humilde operário Um operário que sabia Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento Não sabereis nunca o quanto Aquele humilde operário Soube naquele momento! Naquela casa vazia Que ele mesmo levantara Um mundo novo nascia De que sequer suspeitava. O operário emocionado Olhou sua própria mão Sua rude mão de operário De operário em construção E olhando bem para ela Teve um segundo a impressão De que não havia no mundo Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão Desse instante solitário Que, tal sua construção Cresceu também o operário. Cresceu em alto e profundo Em largo e no coração E como tudo que cresce Ele não cresceu em vão Pois além do que sabia – Exercer a profissão – O operário adquiriu Uma nova dimensão: A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu Que a todos admirava: O que o operário dizia Outro operário escutava.
E foi assim que o operário Do edifício em construção Que sempre dizia sim Começou a dizer não. E aprendeu a notar coisas A que não dava atenção:
Notou que sua marmita Era o prato do patrão Que sua cerveja preta Era o uísque do patrão Que seu macacão de zuarte Era o terno do patrão Que o casebre onde morava Era a mansão do patrão Que seus dois pés andarilhos Eram as rodas do patrão Que a dureza do seu dia Era a noite do patrão Que sua imensa fadiga Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não! E o operário fez-se forte Na sua resolução.
Como era de se esperar As bocas da delação Começaram a dizer coisas Aos ouvidos do patrão. Mas o patrão não queria Nenhuma preocupação – "Convençam-no" do contrário – Disse ele sobre o operário E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário Ao sair da construção Viu-se súbito cercado Dos homens da delação E sofreu, por destinado Sua primeira agressão. Teve seu rosto cuspido Teve seu braço quebrado Mas quando foi perguntado O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário Sua primeira agressão Muitas outras se seguiram Muitas outras seguirão. Porém, por imprescindível Ao edifício em construção Seu trabalho prosseguia E todo o seu sofrimento Misturava-se ao cimento Da construção que crescia.
Sentindo que a violência Não dobraria o operário Um dia tentou o patrão Dobrá-lo de modo vário. De sorte que o foi levando Ao alto da construção E num momento de tempo Mostrou-lhe toda a região E apontando-a ao operário Fez-lhe esta declaração: – Dar-te-ei todo esse poder E a sua satisfação Porque a mim me foi entregue E dou-o a quem bem quiser. Dou-te tempo de lazer Dou-te tempo de mulher. Portanto, tudo o que vês Será teu se me adorares E, ainda mais, se abandonares O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário Que olhava e que refletia Mas o que via o operário O patrão nunca veria. O operário via as casas E dentro das estruturas Via coisas, objetos Produtos, manufaturas. Via tudo o que fazia O lucro do seu patrão E em cada coisa que via Misteriosamente havia A marca de sua mão. E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão Não vês o que te dou eu? – Mentira! – disse o operário Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se Dentro do seu coração Um silêncio de martírios Um silêncio de prisão. Um silêncio povoado De pedidos de perdão Um silêncio apavorado Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas E gritos de maldição Um silêncio de fraturas A se arrastarem no chão. E o operário ouviu a voz De todos os seus irmãos Os seus irmãos que morreram Por outros que viverão. Uma esperança sincera Cresceu no seu coração E dentro da tarde mansa Agigantou-se a razão De um homem pobre e esquecido Razão porém que fizera Em operário construído O operário em construção.
Barracos(ESCOMBROS) Netinho
Pra quem mora lá no morro Esse barraco vai cair Eu não me canso de avisar Ele não tem alvenaria Não tem coluna pra apoiar Ai, eu não quero ver o dia Dessa zorra desabar Pra quem vive nos escombros Sem poesia e sem paixão Sem mel, sem céu, sem sonho Com o coração na mão Pra quem tá no fim da fila Tá num beco sem saída Tá perdendo a graça Tá ganhando mais ferida Esse barraco vai cair...
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Vai desabar Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Não dá pra viver lá
Nos Barracos da Cidade Composição: gilberto gil
Nos barracos da cidade Ninguém mais tem ilusão No poder da autoridade De tomar a decisão E o poder da autoridade, se pode, não faz questão Mas se faz questão, não Consegue Enfrentar o tubarão
Ôôô , ôô Gente estúpida Ôôô , ôô Gente hipócrita
E o governador promete, Mas o sistema diz não Os lucros são muito grandes, Grandes... ie, ie E ninguém quer abrir mão, não Mesmo uma pequena parte Já seria a solução Mas a usura dessa gente Já virou um aleijão
Ôôô , ôô Gente estúpida Ôôô , ôô Gente hipócrita
Ôôô , ôô Gente estúpida Ôôô , ôô Gente hipócrita Ôôô , ôô Gente estúpida Ôôô , ôô Gente hipócrita
Dinâmica sugerida por uma amiga (Márcia) para o primeiro dia de aula, para os alunos se conhecerem e se apresentarem.
Procedimento:
Cada aluno pega um pedaço de papel, ou folha branca;
E vai colocando seus dados conforme o professor vai sugerindo: Nome, Idade, Data de nascimento, Cor dos olhos e cabelos, Onde nasceu, Onde mora, Qualidades, Defeitos, Um sonho....
Depois cada um faz um aviãozinho de papel;
A próxima etapa consta em cada um lançar seu aviãozinho por ar, e ao mesmo tempo pegar um de seus colegas e não deixar nenhum avião cair no chão; Isso pode durar alguns instantes, parte mais discontraída;
Quando o professor avisar, cada um deve ficar com um aviãozinho em mãos;
Em seguida cada aluno lê as informações do aviãozinho que ficou em pose, mas sem dizer onome do aluno referido; O objetivo é os outros alunos irem adivinhando de quem se trata as informações;
Quando descobrirem, o aluno então que teve suas informações reveladas é o próximo a ler os dados de seu aviãozinho;
Assim segue até todos terem suas informações reveladas e serem apresentados para a turma.
Algumas dicas de Músicas que tratam do cotidiano escolar:
Estudo Errado Composição: Gabriel, O Pensador
Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde Ou quem sabe aumentar minha mesada Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!) A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão) Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação - Ué não te ensinaram? - Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil Em vão, pouco interessantes, eu fico pu.. Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente E sei que o estudo é uma coisa boa O problema é que sem motivação a gente enjoa O sistema bota um monte de abobrinha no programa Mas pra aprender a ser um ingonorante (...) Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste - O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...) Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não. A aula Matei a aula porque num dava Eu não agüentava mais E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh... Sujô (Hein?) O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar E me disseram que a escola era meu segundo lar E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano Não tenho outra saída Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida Discutindo e ensinando os problemas atuais E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais Com matérias das quais eles não lembram mais nada E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
Refrão
Encarem as crianças com mais seriedade Pois na escola é onde formamos nossa personalidade Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios Quem devia lucrar só é prejudicado Assim vocês vão criar uma geração de revoltados Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...
Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio! Mas é só a verdade professora! Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.
No Fundo do Quintal Da Escola Composição: Raul Seixas e Claudio Roberto
Não sei onde eu to indo Mas sei que eu to no meu caminho Enquanto você me critica, eu to no meu caminho Eu sou o que sou, porque eu vivo a minha maneira Só sei que eu sinto que foi sempre assim minha vida inteira Eu sei.. Não sei onde eu to indo Mas sei que eu to no meu caminho Enquanto você me critica, eu to meu caminho Desde aquele tempo enquanto o resto da turma se juntava pra: Bate uma bola! Eu pulava o muro, com Zézinho no fundo do quintal da escola Não sei onde eu to indo Mas sei que eu to no meu caminho Enquanto você me critica, eu to meu caminho Você esperando respostas, olhando pro espaço E eu tão ocupado vivendo, eu não me pergunto, eu faço Não sei onde eu to indo Mas sei que eu to no meu caminho Enquanto você me critica, eu to meu caminho E se você quiser contar comigo e melhor não me chamar pra jogar bola To pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal da escola Eu to.. Eu to pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal daescola Eu to.. Eu to pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal daescola Eu sempre estive lá Eu to pulando o muro com o Zézinho no Fundo do quintal daescola
Festa da Escola Composição: Mc Marcinho
Foi na festa da escola que tudo começou, Eu olhei pra ela e ela me olhou, Pois ainda não entendo por que me deixou, Volte pra mim meu amor!
Mostra o que é amor pra essa rapaziada DJ!
Eu não tiro da cabeça aquela gata, A gente conversava lá na praça, Mas o dia foi passando quando eu me toquei, Que foi por você que eu me apaixonei, Nosso amor foi aumentando a cada momento, E eu fiquei pensando logo em casamento.
Amor por que você me deixou assim, Eu peço por favor volte pra mim. (2x) É que eu moro na estrada da Possê! Eu digo para o mundo que eu amo você É que eu moro na estrada da Possê! Nosso amor é lindo só quero você!
Amor, eu quero sempre está ao seu lado Te fazer carinho, ser seu namorado, Quando eu estou em casa só fico pensando, Por onde você deve estar andando, Todo mundo nessa vida teve uma paixão, Mas foi ela que conquistou o meu coração!
Amor por que você me deixou assim, Eu peço por favor volte pra mim. (2x) É que eu moro na estrada da Possê! Eu digo para o mundo que eu amo você É que eu moro na estrada da Possê! Nosso amor é lindo só quero você!
Eu ainda acredito que não terminou, Mas foi muito bom enquanto durou, Mas as pessoas quando gostam não tem traição, Fica apenas concentrada naquela paixão, O que eu cantei agora foi a realidade, O que era amor tornou-se amizade!
Amor por que você me deixou assim, Eu peço por favor volte pra mim. (2x) É que eu moro na estrada da Posse! Eu digo para o mundo que eu amo você É que eu moro na estrada da Posse! Nosso amor é lindo só quero você!
Eu não tiro da cabeça aquela gata, A gente conversava lá na praça, Mas o dia foi passando quando eu me toquei, Que foi por você que eu me apaixonei, Nosso amor foi aumentando a cada momento, E eu fiquei pensando logo em casamento
Amor por que você me deixou assim, Eu peço por favor volte pra mim. (2x) É que eu moro na estrada da Possê! Eu digo para o mundo que eu amo você É que eu moro na estrada da Possê! Nosso amor é lindo só quero você!