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domingo, 25 de agosto de 2013

Apontamentos: Giovanni Alves

Conteúdo: Toyotismo
Série: Superior
Atividade: Apontamentos de Livro


Trabalho e Subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório Giovanni Alves

Neste texto Giovanni Alves (2011) aprofunda as discussões sobre as novas formas de acumulação de capital, detalha as relações de trabalho e organização das empresas japonesas, e relaciona com as novas necessidades do capitalismo após a crise de superacumulação.
O texto inicialmente me chamou a atenção por utilizar muitos termos biológicos e orgânicos. Acredito ser referência de fontes utilizadas pelo autor, pois que me parece sua atuação é na área de sociologia. Outras vezes os termos são precedidos por ‘socio-’, não no sentido de humanidade, mas num sentido de interação e coletividade.
A seguir, algumas questões centrais do texto, e na sequência faço um pequeno comentário:
§  Qual o espírito do toyotismo? O engenheiro japonês Taiichi Ohno cria o modelo denominado por Harvey de ‘acumulação flexível’, e aqui nesta obra (ALVES, 2011) é chamada de Toyotismo. Um modelo produtivo adaptado às demandas de mercado, uma produção enxuta, sem desperdícios, com qualidade total e que valoriza (ou pelo menos utiliza, explora) todas as habilidades produtivas do trabalhador. E este último para o operário era importante, pois se no fordismo o trabalhador não se reconhecia na produção e no produto final, no toyotismo o trabalhador é valorizado em suas ideias e o seu trabalho está presente em diversas funções na produção.
§  O que é a “captura” da subjetividade do trabalho? O termo ‘captura’ vem da visão de mais obtenção da mais-valia, agora também com a redução de custos e pela utilização de toda a capacidade (habilidade) produtiva do trabalhador. Acho que neste sentido o autor reflete sobre o espírito do toyotismo, no sentido de ocupar a essência do trabalhador.
§  O que é quarta Idade da Máquina? Das Revoluções Industriais (RI): 1ªRI – Máquina vapor; 2ªRI – máquina elétrica, motor a combustão; 3ªRI – máquina tecnológica, energia nuclear; nesta última vem a Revolução das Informações onde o autor coloca como a quarta idade da Máquina.
§  O Toyotismo faz uma continuidade ou ruptura ao Fordismo-Taylorismo? O autor argumenta das duas formas até citando outras fontes. Ao meu ver seria uma continuação nas formas de produção, uma evolução diante das novas necessidades capitalistas e ao contexto histórico pós 1970.
§  O que é o Just-in-time e Kanban? O primeiro, resumidamente, refere-se a produção em tempo zero, com a análise de mercado, sem desperdícios e sem estoque; o segundo (significa ‘cartão’ em japonês) relaciona-se a circulação,  visibilidade, acesso e uso de informações e dados da produção.
§  Como acontece as funções cerebrais no fordismo e no toyotismo? Uma reflexão importante que o autor traz é a como o fordismo-taylorismo na sua divisão e racionalização do trabalhador nas repetições de tarefas, permitiu que este não necessitasse utilizar tanto suas funções cerebrais, pensar. E contribuiu nas reflexões sobre suas funções e mais adiante torna-se um empecilho para o fordismo. Já no toyotismo, as ideias, capacidade de resolver problemas e a criatividade do trabalhador são cobradas.


Referência:
ALVES, Giovanni. O espírito do toyotismo. In: _____ Trabalho e Subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011. P.43-68

ALVES, Giovanni. A quarta Idade da Máquina. In: _____Trabalho e Subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011. P.69-88.

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