Série: Superior
Atividade: Apontamentos de Livro
Trabalho e Subjetividade: o
espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório – Giovanni Alves
Neste
texto Giovanni Alves (2011) aprofunda as discussões sobre as novas formas de
acumulação de capital, detalha as relações de trabalho e organização das
empresas japonesas, e relaciona com as novas necessidades do capitalismo após a
crise de superacumulação.
O texto
inicialmente me chamou a atenção por utilizar muitos termos biológicos e
orgânicos. Acredito ser referência de fontes utilizadas pelo autor, pois que me
parece sua atuação é na área de sociologia. Outras vezes os termos são
precedidos por ‘socio-’, não no
sentido de humanidade, mas num sentido de interação e coletividade.
A seguir,
algumas questões centrais do texto, e na sequência faço um pequeno comentário:
§ Qual o espírito do toyotismo? O engenheiro japonês Taiichi Ohno cria o modelo
denominado por Harvey de ‘acumulação flexível’, e aqui nesta obra (ALVES, 2011)
é chamada de Toyotismo. Um modelo produtivo adaptado às demandas de mercado,
uma produção enxuta, sem desperdícios, com qualidade total e que valoriza (ou
pelo menos utiliza, explora) todas as habilidades produtivas do trabalhador. E
este último para o operário era importante, pois se no fordismo o trabalhador
não se reconhecia na produção e no produto final, no toyotismo o trabalhador é
valorizado em suas ideias e o seu trabalho está presente em diversas funções na
produção.
§ O que é
a “captura” da subjetividade do trabalho? O termo ‘captura’ vem da visão de mais obtenção da mais-valia, agora
também com a redução de custos e pela utilização de toda a capacidade
(habilidade) produtiva do trabalhador. Acho que neste sentido o autor reflete
sobre o espírito do toyotismo, no sentido de ocupar a essência do trabalhador.
§ O que é quarta Idade da Máquina? Das
Revoluções Industriais (RI): 1ªRI – Máquina vapor; 2ªRI – máquina elétrica,
motor a combustão; 3ªRI – máquina tecnológica, energia nuclear; nesta última
vem a Revolução das Informações onde o autor coloca como a quarta idade da
Máquina.
§ O
Toyotismo faz uma continuidade ou ruptura ao Fordismo-Taylorismo? O autor argumenta das duas formas até citando
outras fontes. Ao meu ver seria uma continuação nas formas de produção, uma
evolução diante das novas necessidades capitalistas e ao contexto histórico pós
1970.
§ O que é
o Just-in-time e Kanban? O primeiro,
resumidamente, refere-se a produção em tempo zero, com a análise de mercado,
sem desperdícios e sem estoque; o segundo (significa ‘cartão’ em japonês)
relaciona-se a circulação, visibilidade,
acesso e uso de informações e dados da produção.
§ Como
acontece as funções cerebrais no fordismo e no toyotismo? Uma reflexão importante que o autor traz é a como o
fordismo-taylorismo na sua divisão e racionalização do trabalhador nas
repetições de tarefas, permitiu que este não necessitasse utilizar tanto suas
funções cerebrais, pensar. E contribuiu nas reflexões sobre suas funções e mais
adiante torna-se um empecilho para o fordismo. Já no toyotismo, as ideias,
capacidade de resolver problemas e a criatividade do trabalhador são cobradas.
Referência:
ALVES, Giovanni. O espírito do toyotismo. In: _____ Trabalho e Subjetividade: o espírito do toyotismo na era do
capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011. P.43-68
ALVES, Giovanni. A quarta Idade da Máquina. In: _____Trabalho e Subjetividade: o espírito do
toyotismo na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo Editorial,
2011. P.69-88.
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